Em primeiro lugar a técnica do tempo fora (time-out) não é
um castigo, pois refletir e pensar sobre o nosso comportamento, não pode ser
entendido como algo mau ou negativo pela criança. Não se esqueçam que a reflexão e o pensamento fazem parte do
processo de aprendizagem (escolar e da vida).
A diferença é que o castigo consiste numa punição, ou seja,
a criança é punida/castigada mediante a retirada
de algo que ela gosta, algo que lhe dá prazer. Exemplos: castigada
sem ver TV, castigada sem video-game, castigada sem poder ir brincar/jogar a
bola com os amigos, etc.
Quando
utilizar a técnica do tempo fora (time-out)?
Eu costumo recomendar e
utilizar esta técnica para reestabelecer o equilibrio da situação e das emoções
do momento, tanto da criança como do adulto. Reestabelecer o equilibrio como
assim? Duas crianças a brincar e de repente uma bate na outra, começa a briga,
começa o choro. Vou bater nas crianças para as repreender? Vou dizer a criança
que bateu primeiro para ficar quieta para que a outra bata nela? Vou por fim à
brincadeira? NÃO.
Utilizando está técnica
eu explicaria (sem gritar, isto é muito importante) as crianças que bater e
brigar está errado e as separaria para dar tempo de elas assimilarem a minha
informação e o porque de irem para um cantinho separado, pensarem sobre o
assunto e acalmarem os “nervos”.
E o adulto? Também pode
utilizar a técnica do tempo fora? Sim. Quando? A situação é tão estressante o
comportamento da criança é considerado grave dentro daquilo que consideramos
como permitido e não permitido, que a nossa reação nesse momento poderia ser bastante
violenta, ou não temos certeza absoluta sobre o que fazer ou dizer à criança
acerca do seu comportamento nesse momento que precisamos parar respirar fundo, refletir e pensar sobre o assunto para
depois intervir. Pegamos na criança e retiramos do local da “infração”,
informamos onde deve ficar e por quanto tempo (local sem distrações) e que
depois voltamos para conversar com ela. Estes são dois exemplos de como
utilizar está técnica.
O que temos de ter em
mente é que o objetivo é retirar a criança do local da traquinice e colocá-la
sentada num lugar sem distrações. Sem esquecer de explicar o porque desta nossa
decisão/atitude, o tempo (minutos equivalentes à idade da criança) que deve
permanecer ali e que só deve sair de lá depois de se acalmar e o adulto autorizar.
Com o uso desta técnica
estaremos ajudando a criança a controlar-se internamente, a acalmar-se e pensar
sobre o que fez. O mesmo efeito terá no adulto em situações mais “extremas”, em
que poderá aproveitar este tempo igualmente para se acalmar e não se arrepender
depois de uma punição excessiva ou
com efeitos negativos sobre o filho.
A repreensão verbal pode vir antes ou depois do tempo de reflexão,
pois tanto criança como adulto devem estar
calmos e com auto controle. A criança para ouvir e entender e o adulto para
não gritar e poder se explicar.
Atenção!
O quarto ou um cantinho no quarto da criança nunca deve ser utilizado como o “cantinho
da reflexão”. O quarto da criança deve ser o lugar mais seguro para ela, o
local de maior prazer, não deve em momento algum ser associado a aspetos
negativos. E por estas mesmas razões de ser o lugar de prazer para a criança
(pelos brinquedos que lá possa encontrar), permitirá distrações, tanto físicas
como psicológicas, que desviarão o pensamento da criança das consequências do
seu comportamento inadequado.
Ps: Acho que queria dizer algo mais mas as ideias voaram rsrsrsrs. Quando lembrar atualizo o post.
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